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Achilles Romanato Pandini – maio/2006

e a família … como vai?!

O PROBLEMA

O que é uma família ?

Normalmente o resultado da união de duas pessoas, um homem e uma mulher, cujas origens, objetivos de vida, e conceitos morais, são diferentes. Com praticamente nada igual. Nada mesmo?

BEM... A não ser uma atração física que chamam de amor, não passando entretanto de atração sexual, visto os belos corpos juvenis que portam.

Em uma união sob tais termos, vejamos um diálogo muito comum, que nos foi narrado por um dos personagens:

(João) - Você apanhou minha roupa na lavanderia?

(Sandra) - (Num tom de arremedo) “Você apanhou minha roupa na lavanderia?” Pegar a porcaria da sua roupa na lavanderia. Que é que eu sou, sua empregada?

(João) - Seria difícil. Se você fosse empregada, pelo menos saberia lavar.

A acidez do diálogo, extraído da vida real, que se manteve ainda por três anos, resultou em divórcio do casal. Afora tais egocentrismos, existem fatores externos de influência muito fortes no relacionamento do casal, gerando possibilidades de conflitos.

Os pais, defendem, via de regra, seus filhos, mesmo em detrimento da harmonia do casal, o mesmo fazendo irmãos e irmãs. Embora, a ligação do casal possa ter começado em escolas, clubes, local de trabalho, o que pressuporia uma certa independência, níveis socioculturais muito próximos, as influências domésticas pesam muito.

Se forem de “raças” diferentes e de culturas ancestrais diferentes, a tendência de existirem conflitos será ainda maior.

Se ambos trabalharem, tendo a esposa remuneração maior que a do marido, e este não aceitar o fato como algo normal (o que é muito comum), o conflito estará estabelecido, pelo homem sentir-se humilhado, enquanto a mulher sentir-se-á “mais importante”, graças à cultura de que o homem é o provedor, e é quem manda na casa.

Se tiverem filhos, sendo o marido normal, a educação e os cuidados sobre as crianças serão exclusivamente uma obrigação da mulher.

Dificuldades econômicas, remuneração percebida pelo casal acabar antes do mês. Haverá naturalmente acusações recíprocas “gastão, perdulário”, e outros que tais. É a que mais colabora para a desarmonia do casal, pois vivemos a cultura do saldo bancário, do interesse pelas possibilidades financeiras, não importando a satisfação que a ocupação profissional acarretar. Só existirá satisfação se o recurso amoedado for farto.

Problemas com alcoolismo, drogas, homossexualismo, desinteresse por um desenvolvimento cultural que dê grandes possibilidades de ganho; no envolvimento de algum filho com um desses problemas, a culpa será sempre da mulher, pois a família assentada sobre conceitos puramente materiais a considera responsável pela educação. A desarmonia, gerada pela incontinência de ambos, não será reconhecida pela sociedade.

Estes aspectos estão presentes em praticamente todos os casais. Conclui-se desconfortavelmente, que a família não tem nada para dar certo. Nem pelas suas origens, nem pelas suas condições de formação.

A SOLUÇÃO

Entretanto, as famílias continuam a constituir-se. Pessoas consideradas normais, buscam um companheiro, uma companheira, para dividirem a existência, lançarem uma base para a convivência, terem companhia na velhice, sentirem-se amadas, terem alguém a quem dedicar o afeto que possuem dentro de si. Podemos dizer, sem medo de errar, que as pessoas são, em geral, carentes, e necessitam de algum tipo de carinho para manterem um certo equilíbrio nas suas emoções, no seu relacionamento com a sociedade. Tal é a necessidade ontológica de cada ser humano.

Essa a razão visível por continuarem a insistir na formação de famílias.

Devemos, como Espíritas, além de entendermos os problemas sob o aspecto material, acrescermos ao nosso raciocínio, algo que é até óbvio: a existência do Espírito. Se desconsiderarmos o Espírito, tudo perde seu sentido. Ao identificarmos os problemas sob o aspecto material, como fizemos na primeira parte, e acrescermos o fato de sermos Espíritos, e como tal, termos um caminho de evolução a seguir, a família puramente material, acabará por desaparecer da face do planeta.

Sob a ótica Espírita, a família assenta-se sobre as necessidades dos Espíritos que a compõe. E isso transcende a extensão de uma vida apenas. Nos dá a visão da eternidade. Faz dela a solução de nossos problemas, da necessidade de melhora de nosso “gênio”, nosso saber, nosso respeito aos que nos são divergentes. Senão vejamos:

A aproximação de dois Espíritos encarnados, via de regra obedece a um certo instinto, acontecendo de forma não controlada (já se foi o tempo dos “casamentos arranjados”), e ao se aproximarem, não apenas estarão respeitando o instinto, mas também uma certa afinidade, que bem compreendida, será muito proveitosa.

Se acrescerem ao seu relacionamento uma certa religiosidade, criarão condições de em conjunto atenderem às suas necessidades gregárias. Essa religiosidade, que as religiões tradicionais tentam impingir como necessidade de submissão aos seus ritos e determinações, por se dizerem representantes exclusivas de DEUS na face da terra, deve ser entendida como o respeito ao companheiro, a divisão dos problemas e a soma das alegrias e vitórias conseguidas individualmente, pelo partilhamento de suas causas e de suas consequências.

Se entenderem, serem ambos Espíritos em evolução, e portanto acrescerem ao seu relacionamento a pratica dos bons fundamentos da moral, o equilíbrio entre ambos será mantido, quase que perenemente.

Acrescentar ainda, os conceitos do espiritismo à convivência diária fará com que a família seja inquebrantável.

Todos temos em nossas famílias problemas os mais variados.

Na sua estruturação deveremos levar em conta alguns detalhes dados pelo espiritismo, e que servem de esteio à sua sustentação:

  • O Espírito não tem sexo.

  • A condição de “ser” homem ou mulher, atende à necessidade do Espírito. Aliás “estar” homem ou mulher.

  • Os fundamentos morais que cada um segue automaticamente é resultado de todo um processo educativo vivenciado pelo Espírito através dos tempos. Os seus ganhos intelectuais e morais são inalienáveis, e irremovíveis. Ele, o Espírito, carrega consigo toda uma bagagem cultural, de existência para existência. Recordemos Kardec: “Estamos aprendendo durante todo o tempo”.

  • O grupamento que formamos traz em si a soma das experiências de seus componentes.

  • A formação desse grupo, obedece a desígnios os quais inúmeras vezes não conseguimos entender no mundo material, por, graças à providência divina, não lembrarmos de existências anteriores.

  • A presença de Espíritos difíceis, certamente será por termos condições de colaborar na sua educação. Não podemos nos esquecer - por mais difícil seja conviver com eles - não estivessem eles em nosso meio, sua situação seria muito pior. E a nossa também.

  • A responsabilidade da família é do casal. Ao espírito encarnado como ser masculino compete transmitir aos seus, a segurança que o gregarismo contido em todos requer, e àquele como ser feminino, a transmissão dos pontos de afeto, carinho, equilíbrio emocional. Cada Espírito tem a sua “missão”, e dela não deve abdicar. Via de regra, o equilíbrio da família reside sobre os pilares da emoção. E quem mais acentuadamente dá esse equilíbrio é a mulher. Embora, tradicionalmente o trabalho da mulher dentro de uma família seja considerado como subalterno, na realidade ele é mais importante do que o do homem, pois sob suas emoções residem as emoções da casa.

  • O exemplo que os mais velhos dão aos mais novos, efetivamente possibilita sua reeducação. Pais desequilibrados, geram com certeza filhos desequilibrados. O inverso, embora exista, é raro.

  • Kardec, no capítulo “Missão e Ocupação dos Espíritos”, em “O Livro dos Espíritos”, diz com todas as letras que a “paternidade” é uma das missões mais importantes que os espíritos encarnados têm a cumprir na Terra.

A família em nosso planeta é o maior problema existente. Nela estão os problemas de todos nós. Nela residem as soluções para todos os problemas do Espírito na face da Terra.

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